Postado em 10 de Agosto de 2020

A transformação de uma metrópole em uma Smart City deve ser um plano muito bem elaborado e de longo prazo, não se limitando apenas aos mandatos de cada governante.

Os benefícios que a tecnologia pode oferecer aos serviços prestados à população já são explorados em muitas cidades fora do Brasil. Melhorar a qualidade de vida dos cidadãos por meio do uso da tecnologia, coletando informações para entender como a sociedade opera e como as pessoas interagem com o espaço onde vivem, pode melhorar, significativamente, os serviços de transporte, segurança pública, saneamento básico, mobilidade, habitação e outros.

O uso de soluções tecnológicas para o monitoramento de pontos estratégicos das cidades podem trazer informações importantes para o planejamento, a predição de eventos e ações coordenadas entre os órgãos administrativos.

Os governantes que entenderam os benefícios que as soluções tecnológicas podem oferecer, tem em seu plano estratégico diretrizes transparentes para o desenvolvimento de uma “Smart City”. Diretrizes estas que levam em consideração, por exemplo, uma visão de longo prazo, um orçamento dedicado, um ecossistema de empresas e equipes capacitadas. Com isso, é possível superar os desafios tecnológicos e implantar soluções que melhoram a qualidade de vida dos habitantes. 

Por isso, algumas das cidades mais desenvolvidas do mundo – como Londres e Singapura – já são exemplos reais do conceito chamado Smart City. Nessas metrópoles, há alguns anos, o governo local tem tomado ações efetivas de desenvolvimento a longo prazo. 

No Brasil, no entanto, esse modelo ainda caminha a passos lentos. Na última edição do ranking elaborado pelo Instituto Eden, de Singapura, de 2018, que lista as 50 cidades que possuem estratégias claras para desenvolvimento das cidades inteligentes, o Rio de Janeiro - único município nacional a aparecer na lista - ficou na 48ª posição. 

Precisamos superar ainda muitos desafios, mas acredito que para a transformação digital das cidades, podemos seguir exemplos das estratégias adotadas nas metrópoles modelos, onde vejo que a integração de trabalho entre o governo local, sociedade e um ecossistema de empresas de tecnologia são fundamentais para entender os problemas, discutir soluções e buscar alternativas para o desenvolvimento de projetos que venham melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Ter esses três pilares atuando juntos é fundamental para que qualquer município – independentemente do tamanho territorial ou dimensão populacional – se torne uma Smart City. 

Com o objetivo de reduzir o número de pessoas sem acesso à internet, Londres tem como foco de sua estratégia a inclusão digital e oferece wi-fi em diversos pontos públicos, além de disponibilizar o uso de tablets em bibliotecas ou centros comunitários para que os cidadãos possam desenvolver habilidades digitais. É uma iniciativa que dá a população o poder do conhecimento e envolvimento com o mundo digital, criando inúmeras possibilidades para o desenvolvimento do cidadão e daconscientização urbana.

Por isso, a transformação de uma metrópole em uma Smart City deve ser um plano muito bem elaborado e de longo prazo, não se limitando apenas aos mandatos de cada governante. Precisamos olhar para o futuro, em ciclos de projetos que melhorem a cada nova tecnologia e investimentos que perdurem por décadas.

Singapura por exemplo, disponibilizou US$ 1,75 bilhão de seu orçamento ao longo de quatro anos para projetos de tecnologia que melhorassem a qualidade de vida de seus cidadãos e a capital da Coreia do Sul, Seul - terceira no ranking -, reserva cerca de 5% do seu orçamento anual de gastos públicos para projetos de smart cities. Esses são alguns dos exemplos que demonstram a importância de um orçamento dedicado destinado à inovação e tecnologia para superar os desafios e melhorar a vida da população.

Caso as cidades brasileiras consigam, de fato, progredir nas questões citadas acima, é muito provável que o País tenha novas smart cities nos próximos anos. Adotar uma estratégia de governo que debata iniciativas de uma cidade inteligente é fundamental para a transformação digital da metrópole. Se quisermos estar preparados para o futuro, precisamos atrelar a tecnologia às questões urbanas o quanto antes.

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Com isso, é&nbsp;possível&nbsp;superar os desafios tecnológicos e implantar soluções que melhoram a qualidade de vida dos habitantes.&nbsp;</p> <p>Por isso, algumas das cidades mais desenvolvidas do mundo – como Londres e Singapura – já são exemplos reais do conceito chamado Smart City. Nessas metrópoles, há alguns anos, o governo local tem tomado ações efetivas de desenvolvimento a longo prazo.&nbsp;</p> <p>No Brasil, no entanto, esse modelo ainda caminha a passos lentos. Na última edição do ranking elaborado pelo Instituto Eden, de Singapura, de 2018, que lista as 50 cidades que possuem estratégias claras para desenvolvimento das cidades inteligentes, o Rio de Janeiro - único município nacional a aparecer na lista - ficou na 48ª posição.&nbsp;</p> <p>Precisamos superar ainda muitos desafios, mas acredito que para a transformação digital das&nbsp;cidades, podemos seguir exemplos das estratégias adotadas nas&nbsp;metrópoles&nbsp;modelos, onde vejo que a integração de trabalho entre o governo local, sociedade e um ecossistema de empresas de tecnologia são fundamentais para entender os problemas, discutir soluções e buscar alternativas para o desenvolvimento de projetos que venham melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Ter esses três pilares atuando juntos é fundamental para que qualquer&nbsp;município&nbsp;– independentemente do tamanho territorial ou dimensão populacional – se torne uma Smart City.&nbsp;</p> <p>Com o objetivo de reduzir o número de pessoas sem acesso à internet, Londres tem como foco de sua estratégia a inclusão digital e oferece wi-fi em diversos pontos públicos, além de disponibilizar o uso de tablets em bibliotecas ou centros comunitários para que os cidadãos possam desenvolver habilidades digitais. É uma iniciativa que dá a população o poder do conhecimento e envolvimento com o mundo digital, criando inúmeras possibilidades para o desenvolvimento do cidadão e daconscientização urbana.</p> <p>Por isso, a transformação de uma metrópole em uma Smart City&nbsp;deve ser um plano muito bem elaborado e de longo prazo, não se limitando apenas aos mandatos de cada governante. Precisamos olhar para o futuro, em ciclos de projetos que melhorem a cada nova tecnologia e investimentos que perdurem por décadas.</p> <p>Singapura por exemplo, disponibilizou US$ 1,75 bilhão de seu orçamento ao longo de quatro anos para projetos de tecnologia que melhorassem a qualidade de vida de seus cidadãos e a capital da Coreia do Sul, Seul - terceira no ranking -, reserva cerca de 5% do seu orçamento anual de gastos públicos para projetos de&nbsp;smart cities. Esses são alguns dos exemplos que demonstram a importância de um orçamento dedicado destinado à inovação e tecnologia para superar os desafios e melhorar a vida da população.</p> <p>Caso as cidades brasileiras consigam, de fato, progredir nas questões citadas acima, é muito provável que o País tenha novas&nbsp;smart cities&nbsp;nos próximos anos. Adotar uma estratégia de governo que debata iniciativas de uma&nbsp;cidade&nbsp;inteligente é fundamental para a transformação digital da&nbsp;metrópole. 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