Postado em 22 de Abril de 2024

O uso de modelos de cloud híbrida integrados a tecnologias como SDN (Software Defined Network) e NFV (Network Function Virtualization) vem crescendo nos últimos anos e, com ele, o uso da automação, especialmente no setor de telecomunicações. Não por acaso, ela vem se tornando fundamental nos processos das operadoras de telecomunicações, remodelando o modo como as redes são projetadas, implementadas e gerenciadas.   

É graças à incorporação de conceitos e práticas de automação desde o projeto, que as redes de última geração vêm ganhando eficiência operacional e otimizando cada vez mais recursos de hardware. Mais que isso, como as tecnologias mais atuais trazem o processo de automação embarcado na solução, as operadoras começam a perceber que aquelas que não foram originalmente projetadas com essa finalidade também podem usufruir dos mesmos benefícios. O segredo está em identificar casos de uso pertinentes e planejar uma jornada de maturação.  

Este processo costuma ser gradual. Normalmente as primeiras atividades a serem automatizadas são aquelas rotineiras e repetitivas, ou a chamada Automação Baseada em Tarefas (Task-Based Automation), que geralmente se concentra em tarefas específicas dentro de uma rede, com cada uma delas sendo automatizada individualmente com o objetivo de simplificar processos operacionais e reduzir a intervenção manual.  

Apesar de ser considerado o primeiro nível de maturidade, aqui os resultados podem ser muito valiosos. Por exemplo, esse tipo de automação pode garantir que os equipamentos da rede estejam configurados e funcionado de acordo com os padrões e premissas de projeto, atendendo às diretivas de segurança da companhia. Outro caso de uso bastante importante nessa categoria são os relatórios customizados que podem consolidar dados de equipamentos de rede distintos, assim como versões de software e fabricantes, para atender diferentes propósitos.  

Mesmo sendo um primeiro passo, estas automações trazem grandes ganhos de produtividade que vão desde os ganhos de eficiência operacional com a melhor utilização dos recursos de hardware até a geração de relatórios complexos com o objetivo de auxiliar no planejamento e expansão da rede. Por tudo isso, a Automação Baseada em Tarefas é valiosa para agilizar fluxos de trabalho e minimizar erros humanos.  

Em um segundo momento, projetos mais complexos podem ser implementados por meio da Automação Orientada por Eventos (Event-Driven Automation), que é, como o nome indica, baseada em um evento ou estado de rede. Desta forma, ela envolve a coleta de informações de dispositivos, tráfego e desempenho da rede utilizando ferramentas de monitoramento. Com base nessas informações, algoritmos e lógicas programadas é possível identificar problemas, otimizar o tráfego, ajustar configurações de dispositivos e tomar medidas para garantir que a rede funcione de maneira eficiente e confiável.  

Aqui, o caso de uso mais simples, mas com grandes ganhos de produtividade, é a recuperação automática de falhas. Ele pode ser tão simples quanto reiniciar um serviço em um servidor ou bastante complexo, como identificar uma falha na rede de transmissão, planejando e implementando uma rota secundária para restauração dos circuitos afetados. Ou ainda, a partir de dados dinâmicos de desempenho, executar uma determinada ação na rede antes mesmo de uma falha ou perda de tráfego ocorrer. Estes casos mostram que a Automação Orientada por Eventos é altamente adaptativa, permitindo que a rede responda dinamicamente às mudanças nas condições de tráfego e de operação.  

Por último, seguindo o modelo de maturidade no processo de automação, temos a automação ponta-a-ponta ou multidomínio (Multi-Domain Automation), que trata da capacidade de automatizar processos e operações em ambientes que envolvam múltiplos domínios ou tecnologias. É sempre bom lembrar que um domínio representa uma área administrativa ou segmento específico com suas próprias políticas, configurações e dispositivos e que ambientes complexos, como redes de grandes empresas ou operadoras de telecomunicações, costumam contar com diversos domínios geográficos ou lógicos.   

Aqui, o provisionamento de um serviço de conectividade entre data centers é um bom exemplo de automação fim a fim. Diferentes fornecedores, tecnologias, equipamentos, versões de software precisam sem configurados para que o serviço funcione conforme esperado, levando em conta também todos os sistemas OSS e BSS que possam ter relação com o serviço. Tudo isso pode tornar esse tipo de projeto mais desafiador. 

De qualquer forma, independentemente do estágio de maturidade de uma organização, é crucial reconhecer a automação como um processo contínuo e irreversível. Ao abraçar essa transformação, as empresas podem não apenas simplificar seus processos operacionais, mas também garantir a agilidade necessária para enfrentar desafios em um cenário dinâmico.   

Isso porque a automação não é apenas uma ferramenta eficaz para buscar eficiência operacional pontual, mas uma mentalidade organizacional que impulsiona a inovação, a qualidade e a capacidade de resposta, proporcionando assim um caminho sólido para o sucesso e a competitividade a longo prazo e, também, abrindo caminho para o futuro uso de Inteligência Artificial (IA).  

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