Postado em 07 de Julho de 2017

 Mais de 80% das empresas já se utilizam de cloud computing, seja ela pública, privada ou híbrida.

Por conta das pesquisas e projetos de inovação que temos desenvolvido aqui na Logicalis Brasil, tenho tido diversas discussões com executivos dos mais variados setores da economia. Algumas dessas conversas recentes me fizeram refletir sobre os limites, ou melhor, sobre potenciais extremos do uso de tecnologia.

Um desses exemplos é sobre até onde iria o potencial da cloud. Conduzimos recentemente uma pesquisa com gestores de TI, o IT Snapshot, no qual identificamos que mais de 80% das empresas já se utilizam de cloud computing, seja ela pública, privada ou híbrida, mas que os serviços são ainda básicos, como e-mail e storage.

Mas o que seria então uma aplicação muito avançada? Conversei há uns meses com um amigo que é executivo de vendas de uma empresa de aparelhos auditivos – a conversa foi motivada pelo fato de já haver aparelhos auditivos que permitem se conectar a smart homes e controlar a casa e eu querer entender melhor a solução – mas este amigo mudou de atuação e, em vez de vender aparelhos auditivos, está treinando médicos para que estes possam realizar cirurgias para implantes cocleares. De maneira muito simplificada: estes implantes consistem em um microfone que se conecta ao nervo auditivo e traduz o som capturado em estímulos sensoriais. Ou seja, é quase um ouvido biônico.

O implante coclear em si não é novidade, mas ainda é pouco difundido aqui no Brasil. Comentei sobre isso com um outro amigo do setor de educação e começamos a divagar sobre os potenciais da tecnologia. Já temos informação infinita (ou quase) na palma das nossas mãos (literalmente, pois podemos acessar o Google dos nossos celulares). Mas o processo ainda apresenta um nível relevante de atrito: temos que abrir o Google, digitar nossa pesquisa e analisar os resultados na tela do smartphone ou do computador.

E se pudéssemos conectar o nosso cérebro ao Google diretamente? Teríamos acesso infinito e de maneira fácil a uma infinidade de informações. E se pudéssemos gravar tudo o que ouvimos ou vemos na cloud? Como teríamos que nos adaptar ao conhecimento infinito? Como teríamos que nos adaptar à memória infinita? Como se transformaria o processo de educação? Como se transformaria o processo de raciocínio?

Saímos um pouco pasmos com as ideias, mas ainda com um certo ar cômico por parecerem ideias muito fora da realidade – ficção científica pura. Alguns dias depois, mensagens trocadas nos deixaram ao mesmo tempo eufóricos, mas também assustados. No ano passado (2016), a SONY registrou uma patente de uma lente que permitiria filmar e gravar na nuvem tudo o que vemos com nossos próprios olhos. Também no ano passado, Elon Musk (sim, o mesmo da Tesla e da SpaceX) fundou a Neuralink, uma empresa que tem como objetivo desenvolver soluções de interface cérebro-computador – fazer upload e download de informações diretamente do cérebro para a nuvem e vice-versa.

Além de ter acesso infinito às informações, seria possível inclusive conversarmos por “telepatia”: eu penso em uma ideia, a ideia vai para a nuvem com um destinatário definido, trafega pela nuvem e “desce” para o cérebro destinatário – tudo quase instantaneamente.

Sim, existem ainda muitos desafios tecnológicos a serem vencidos. Mas se lembrarmos que o Google foi fundado em 1996 e a Neuralink em 2016 – um intervalo de 20 anos – não parece absurdo imaginar que daqui a 20 anos este cenário esteja funcionando.

New Call-to-action

Comentários

Deixe seu comentário ou dúvida abaixo, lembrando que os comentários são de responsabilidade do autor e não expressam a opinião desta editoria. A Logicalis, editora do blog Digitizeme, reserva-se o direito de excluir mensagens que sejam consideradas ofensivas ou desrespeitem a legislação civil brasileira.

(String: {{item.spotify_link}})

(SizeLimitingPyList: [{css={}, child_css={}, name=module_150575833299634, type=header, label=Header, smart_type=null, id=module_150575833299634, body={value=Posts Relacionados}}, {css={}, child_css={}, id=post_body, name=post_body, type=rich_text, label=Post Body, body={value=<p><em>&nbsp;Mais de 80% das empresas já se utilizam de cloud computing, seja ela pública, privada ou híbrida.</em></p> <!--more--> <p><span>Por conta das pesquisas e projetos de inovação que temos desenvolvido aqui na&nbsp;</span><a href="https://www.linkedin.com/company-beta/269394/" target="_blank">Logicalis Brasil</a><span>, tenho tido diversas discussões com executivos dos mais variados setores da economia. Algumas dessas conversas recentes me fizeram refletir sobre os limites, ou melhor, sobre potenciais extremos do uso de tecnologia.</span></p> <p>Um desses exemplos é sobre até onde iria o potencial da cloud. Conduzimos recentemente uma pesquisa com gestores de TI, o&nbsp;<a href="http://www.la.logicalis.com/globalassets/latin-america/advisors/pt/_snapshot_2017_v6_web.pdf" target="_blank" rel="nofollow noopener">IT Snapshot</a>, no qual identificamos que mais de 80% das empresas já se utilizam de cloud computing, seja ela pública, privada ou híbrida, mas que os serviços são ainda básicos, como e-mail e storage.</p> <p>Mas o que seria então uma aplicação muito avançada? Conversei há uns meses com um amigo que é executivo de vendas de uma empresa de aparelhos auditivos – a conversa foi motivada pelo fato de já haver aparelhos auditivos que permitem se conectar a smart homes e controlar a casa e eu querer entender melhor a solução – mas este amigo mudou de atuação e,&nbsp;em vez&nbsp;de vender aparelhos auditivos, está treinando médicos para que estes possam realizar cirurgias para implantes cocleares. De maneira muito simplificada: estes implantes consistem em um microfone que se conecta ao nervo auditivo e traduz o som capturado em estímulos sensoriais. Ou seja, é quase um ouvido biônico.</p> <p>O implante coclear em si não é novidade, mas ainda é pouco difundido aqui no Brasil. Comentei sobre isso com um outro amigo do setor de educação e começamos a divagar sobre os potenciais da tecnologia. Já temos informação infinita (ou quase) na palma das nossas mãos (literalmente, pois podemos acessar o Google dos nossos celulares). Mas o processo ainda apresenta um nível relevante de atrito: temos que abrir o Google, digitar nossa pesquisa e analisar os resultados na tela do smartphone ou do computador.</p> <p>E se pudéssemos conectar o nosso cérebro ao Google diretamente? Teríamos acesso infinito e de maneira fácil a uma infinidade de informações. E se pudéssemos gravar tudo o que ouvimos ou vemos na cloud? Como teríamos que nos adaptar ao conhecimento infinito? Como teríamos que nos adaptar à memória infinita? Como se transformaria o processo de educação? Como se transformaria o processo de raciocínio?</p> <p>Saímos um pouco pasmos com as ideias, mas ainda com um certo ar cômico por parecerem ideias muito fora da realidade – ficção científica pura. Alguns dias depois,&nbsp;mensagens trocadas nos deixaram ao mesmo tempo eufóricos, mas também assustados. No ano passado (2016),&nbsp;a SONY registrou uma&nbsp;<a href="http://appft.uspto.gov/netacgi/nph-Parser?Sect1=PTO2&amp;Sect2=HITOFF&amp;u=/netahtml/PTO/search-adv.html&amp;r=20&amp;p=1&amp;f=G&amp;l=50&amp;d=PG01&amp;S1=(20160407.PD.+AND+(Sony.AS.+OR+Sony.AANM.))&amp;OS=PD/4/7/2016+and+(AN/Sony+or+AANM/Sony)&amp;RS=(PD/20160407+AND+(AN/Sony+OR+AANM/Sony))" target="_blank" rel="nofollow noopener">patente</a>&nbsp;de uma lente que permitiria filmar e gravar na nuvem tudo o que vemos com nossos próprios olhos.&nbsp;Também no ano passado,&nbsp;Elon Musk (sim, o mesmo da Tesla e da SpaceX) fundou a&nbsp;<a href="https://neuralink.com/" target="_blank" rel="nofollow noopener">Neuralink</a>, uma empresa que tem como objetivo desenvolver soluções de interface cérebro-computador – fazer upload e download de informações diretamente do cérebro para a nuvem e vice-versa.</p> <p>Além de ter acesso infinito às informações, seria possível inclusive conversarmos por “telepatia”: eu penso em uma ideia, a ideia vai para a nuvem com um destinatário definido, trafega pela nuvem e “desce” para o cérebro destinatário – tudo quase instantaneamente.</p> <p>Sim, existem ainda muitos desafios tecnológicos a serem vencidos. Mas se lembrarmos que o Google foi fundado em 1996 e a Neuralink em 2016 – um intervalo de 20 anos – não parece absurdo imaginar que daqui a 20 anos este cenário esteja funcionando.</p> <p>{{cta('f053991a-4384-4f6f-bd66-531eb35947dc')}}</p>}}, {css={}, child_css={}, id=name, name=name, type=text, label=Title, body={value=Com a cabeça nas nuvens – até onde vai o potencial do cloud computing e todas essas novas tecnologias?}}])