Postado em 05 de Outubro de 2021

A revolução tecnológica iniciada em 2020, impulsionada pela pandemia, segue em ritmo acelerado. Nesse cenário de transformações, Edge Computing, ou computação de borda, ganha destaque e promete liderar estratégias de empresas de variados setores. Vai gerar uma avalanche de inovação em produtos e serviços, além de oportunidades de negócios de maneira surpreendente no mercado.

Edge Computing, de acordo com a definição do Gartner, é um conjunto de soluções para facilitar o processamento de dados próximo da origem (borda), ou até mesmo na origem da geração das informações. O ganho importante dessa arquitetura é que os dados podem ser processados de maneira mais eficiente porque o poder de computação está perto dos sistemas ou do usuário.

Agora você deve estar se perguntando qual a diferença entre cloud computing e Edge Computing. Diferentemente da computação em nuvem, que exige um servidor centralizado, o Edge está apoiado em arquitetura granular. Ou seja, microdatacenters espalhados, justo para que o usuário tenha conexão próxima e, portanto, uma resposta rápida (baixa latência), de modo a serem muito mais aderentes às necessidades das novas aplicações que demandam baixo tempo de resposta, e que tem surgido aos milhares.

Entre os inúmeros benefícios do Edge Computing está a baixa latência, que vai viabilizar a adoção de tecnologias que necessitam de resposta veloz, como as aplicações de IoT, telemedicina, carros autônomos e drones. Aplicativos em tempo real também poderão atuar sem riscos de atrasos ou inatividade.

Um novo cenário vai se abrir e movimentar o setor e economia. De acordo com estudo da Deloitte, o mercado global de computação de borda vai totalizar US$ 12 bilhões em 2021 e o levantamento da IDC aponta que 70% das empresas executarão níveis variáveis de processamento de dados na borda até 2023. As consultorias atribuem esse crescimento especialmente a empresas de telecomunicações, redes 5G em expansão e provedores de nuvem.

Vale destacar que as aplicações de internet das coisas (IoT) prometem roubar a cena nessa arena e, certamente, ganharão impulso significativo com a chegada do 5G. Pelas projeções da IDC, cerca de US$ 16 bilhões serão investidos globalmente em infraestruturas de IoT até 2023.

Principais revoluções

Em minha avaliação, três revoluções merecem destaque quando o assunto é Edge Computing. A primeira é nas aplicações IoT - tudo será smart, visto que os dispositivos ganharão inteligência. Para ter uma ideia, o Gartner estima que um verdadeiro “tsunami” de mais de 21 bilhões de “coisas” conectadas estão coletando dados, realizando inúmeras atividades neste momento.

A segunda acontecerá quando o 5G estiver em pleno funcionamento no Brasil. Imagine que essa quinta geração de internet móvel vai liberar muito mais banda do que a do 4G, com latência muito menor, proporcionando um salto na velocidade de transmissão de 150 Mbps para 10.000 Mbps (ou 10 Gbps), uma diferença de quase 70 vezes mais em relação ao 4G, o que irá impulsionar a adoção e a popularização de aplicações IoT. O 5G, por sua vez, pode chegar às latências de 1 a 4 milissegundos – uma diferença quase 100 vezes menor em relação ao 4G.

A terceira são as aplicações de Inteligência Artificial (IA), que vai gerar grande movimentação na economia com investimentos massivos e com potencial de adicionar à economia global cerca de USD 13 trilhões até 2030, de acordo com o relatório do McKinsey Global Institute, e até USD 15,7 trilhões no mesmo ano, de acordo com o terceiro relatório anual “AI Predictions 2021”, da Pricewaterhouse Cooper (PwC) . A tecnologia vai reforçar a IoT, analisando os dados capturados pelos sensores, que servirão de matéria prima para variadas estratégias inovadoras de negócios.

Não restam dúvidas de que Edge Computing vai provocar uma intensa ebulição no mercado, impactando setores variados como manufatura, energia, petróleo, mineração e agricultura. Tudo isso na esteira frenética em que o mundo está se conectando por meio de dispositivos IoT.

Os dados que estão sendo gerados na borda serão escalados para um outro escopo, que é liderado por melhor experiência do usuário e modernização de processos nas empresas. E o estado da arte, como falei, virá quando Edge e 5G derem as mãos.

Estas tecnologias vão unir recursos de alta largura de banda e baixa latência da transmissão de dados, ampliando o poder de velocidade dos sistemas de computação de ponta e ainda oferecer suporte estratégico aos aplicativos em tempo real. Um mundo cada vez mais ágil e conectado, sem precedentes.

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