Postado em 10 de Janeiro de 2017

O surgimento das gigantes da internet gerou uma grande mudança na dinâmica do mercado global de TI. Estamos no momento em que essa tendência começa a se transformar em "mainstream". 

Uma mudança muito importante na dinâmica do mercado global de TI ocorreu com o surgimento das empresas gigantes que, em algum momento, se convencionou chamar de Web 2.0. Corporações como Google, Facebook, Amazon e Twitter, entre outras, operam em uma escala massiva no que diz respeito à quantidade de informações e dados que processam e armazenam em tempo real.

Deveríamos imaginar que essas empresas possuem uma demanda praticamente infinita por infraestrutura: servidores, roteadores, sistemas de armazenamento, etc.. Para se ter uma ideia, apenas o mecanismo de busca do Google reproduz em seus servidores, em tempo real e com várias camadas de redundância, toda a internet. Sim, TODA a internet, desde a sua origem.

Entendendo que essa quantidade de informações cresce exponencialmente a partir dos diferentes usos de uma rede com cada vez mais penetração, surgem as seguintes perguntas: como ganham escala? Como conseguem desenvolver sua infraestrutura e seus data centers? De onde vêm todos esses recursos financeiros que se transformam em um volume praticamente ilimitado de CAPEX?

A verdade é que essas empresas criaram, ao longo do tempo, um conceito extremamente inovador em termos de arquitetura de TI. Elas desenvolveram internamente suas próprias infraestruturas, fortemente virtualizadas e baseadas em software. Para essas empresas, faz muito mais sentido, em vez de comprar e instalar um equipamento de storage, por exemplo, desenvolver uma aplicação que rode em um servidor genérico e que atue, para todos os efeitos, como um elemento de armazenamento. Servidores, redes, firewalls virtualizados se tornaram os elementos-chave dessas infraestruturas que rodam, em boa parte, sobre as chamadas “white boxes”, isto é, máquinas genéricas baratas e altamente comoditizadas.

Além dos óbvios benefícios econômicos e de escala, essas arquiteturas virtualizadas demonstraram ser extremamente flexíveis e adaptaram-se, de maneira quase nativa, a operações em nuvens, privadas ou híbridas, permitindo alocações dinâmicas de recursos e movimentações automatizadas de carga entre vários ambientes a aprovisionamento de recursos simplificado.

Estamos no momento em que essa tendência começa a se transformar em "mainstream". Grandes corporações (bancos, indústrias, operadoras de telecomunicações, etc) começam a se perguntar: “se essas arquiteturas funcionam para os gigantes da internet, por que não funcionaria também para minha empresa? ” Essa compreensão evolui também no contexto de um mercado cada vez mais maduro no que se refere ao desenvolvimento e adoção de plataformas abertas de software. As inúmeras iniciativas desenvolvidas nos últimos 10 anos – como KVM, Openstack, Open Nebula, Open Daylight, etc., de uma forma ou de outra, se relacionam a esse processo, com maiores ou menores graus de maturidade, e mobilizam milhares de desenvolvedores em comunidades virtuais integradas globalmente.

Olhando para o futuro, vemos uma dificuldade cada vez maior de estabelecer as fronteiras entre hardware e software. Analisando esse processo mais profundamente, e levando em conta o papel crucial representado pelas plataformas de software livre nesse processo, trata-se, efetivamente, de uma substituição de infraestruturas físicas por serviços. Sim, pois a adoção de softwares abertos implica necessariamente em um conteúdo grande de serviços de suporte, configuração, desenvolvimento e manutenção. Hardware e infraestruturas que se transformam, no longo prazo em serviços – esta sim é a real tendência!

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