Postado em 31 de Julho de 2017

Para obtenção de diferenciais competitivos, soluções tecnológicas individuais não bastam.

Aplicativos de trânsito, sensores de iluminação, lixeiras e bueiros inteligentes. Essas e muitas outras iniciativas relacionadas às chamadas Smart Cities têm sido discutidas por empresas, governantes e pela sociedade. Porém, adotar ferramentas de forma individual não transformará os municípios. Além do uso intensivo de tecnologia, é indispensável haver planejamento urbano integrado.

Até 2025, haverá pelo menos 88 cidades inteligentes em todo o mundo, segundo a IHS Tecnologia. Existem algumas formas de viabilizar a adoção dessas soluções, por meio de empresas licitantes ou empresas privadas que incentivem esta renovação, por exemplo, ou tendo o governo como o responsável por impulsionar essa transformação nos municípios. O importante é que haja um patrocinador que incentive a criação dos projetos e enfrente as barreiras relacionadas, principalmente em relação à integração de diferentes players do mercado e de esferas que hoje não tem tanta interação, como os setores público e privado.

Essa, por sinal, foi a principal dificuldade enfrentada por iniciativas brasileiras relacionadas a cidades inteligentes até o momento. Isso porque a maioria das ações foi desenvolvida de forma isolada, encabeçadas por diferentes secretarias e empresas. Unir os diferentes projetos e os resultados gerados por eles é um dos grandes desafios dos governantes, que precisarão investir em tecnologias para coletar informações, centralizá-las de forma automática e analisá-las em tempo real. Afinal, de nada adianta coletar inúmeros dados, se não houver inteligência para avaliá-los e, assim, tomar decisões.

Apesar de boa parte dessas ferramentas já estar disponível, o tempo de maturação das iniciativas é longo, devido a questões governamentais e à complexidade dos projetos. Nas cidades onde a instabilidade política é constante e os níveis de educação dos munícipes são mais baixos haverá ainda mais morosidade na disseminação de novas tecnologias a serviço dos cidadãos. Por isso, engajá-los nessa trajetória é essencial. Já com relação à complexidade dos projetos, a inclusão de fornecedores e stakeholders que tenham a visibilidade de seus objetivos fim-a-fim passa a ser indispensável para a concretização dos mesmos.

Em um contexto de cidades inteligentes, boas atitudes do passado não são mais suficientes. É preciso colaborar com o serviço público, informando aos responsáveis sobre o que acontece ao nosso redor. Em contrapartida, o governo deve oferecer meios que permitam essa interação. O Rio de Janeiro é um ótimo exemplo. Por meio de um aplicativo da prefeitura, toda a população pode abrir chamados, seja sobre um semáforo com defeito ou um incêndio. Essa interação não só ajuda a melhorar a qualidade de vida da sociedade, como também torna os cidadãos protagonistas das melhorias na gestão pública.

Para obter esses diferenciais competitivos, as cidades devem investir em soluções tecnológicas tendo em mente que as iniciativas não podem ser realizadas de forma separada ou os silos continuarão existindo. A integração, mais do que transformar o dia a dia do município, confere transparência às ações dos governantes e contribui para o aprimoramento dos serviços públicos oferecidos à população. Além de todos os benefícios, ao oferecer serviços mais eficientes aos cidadãos, criamos uma sociedade mais engajada e consciente, bem como exigente com o seu próprio bem-estar e segurança e, consequentemente, mais crítica com as políticas governamentais.

IoT

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