Postado em 29 de Abril de 2021

Nas últimas três revoluções que a indústria viveu, o medo era o mesmo: máquinas tirando empregos das pessoas. Na atual, chamada de Indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial, não seria diferente. Mas será que este receio se concretiza?

É fato que a cada revolução algumas profissões desaparecem, mas muitas outras surgem. As novas funções nascem conforme inovações e tendências no mercado, que geram o seguinte ciclo: escassez de mão de obra qualificada, distribuição de conhecimento e, por último, tempos de amplo crescimento econômico. Assim, no final das contas, o aumento de demanda por novos profissionais compensa a supressão de cargos, direcionando os trabalhadores para novos campos de trabalho.

Ou seja, mesmo com a ausência de funcionários no caixa para uma compra na loja autônoma, ainda existem empregos sendo gerados por este modelo. De fato, há muitos funcionários envolvidos no sortimento de produtos, abastecimento das prateleiras, monitoramento das lojas, operação e suporte dos sistemas informacionais, meios de pagamentos etc.

O que acontece é o mesmo ciclo das revoluções anteriores: haverá novas funções operacionais e algumas outras que irão exigir conhecimentos específicos. As empresas devem preparar os funcionários para que ocupem as novas posições; e os profissionais, por sua vez, precisam estar atentos aos rumos tomados pela indústria e manterem-se atraentes para o mercado. Vale ressaltar que estar em evidência não é algo da Indústria 4.0, mas uma necessidade de todos os setores, que há tempos vem se modificando com o aumento da digitalização. Se antes novas profissões surgiam a cada dez anos, agora temos novos cargos a cada dois.

Como exemplo de vagas para o segmento, podemos citar a Amazon Go, que está com 414 posições a serem preenchidas para atender suas 30 lojas autônomas, isso sem contar as vagas já ocupadas. As oportunidades são para diversos cargos, desde profissionais especializados em logística e abastecimento ou em análise de dados, até desenvolvedores de hardwares e softwares e ajudantes de cozinha para preparação de alimentos frescos.

O Boom de lojas autônomas no Brasil deve seguir o mesmo padrão. Todos os grandes varejistas atuando no mercado nacional têm lojas de proximidade ou hiperproximidade, a exemplo do Mini Extra, Minuto Pão de Açúcar e Carrefour Express. No total são mais de 1500 lojas que poderiam atuar com o modelo autônomo e devem ter vagas disponíveis em breve.

A rede Lojas Americanas saiu na frente com o modelo autônomo no Brasil, com a Ame Go. O modelo autônomo também cabe na parceria entre Americanas e BR Distribuidora, que gera a expectativa de novas lojas de conveniência nos postos de combustível BR.

Todos esses exemplos nos mostram um fato indiscutível: novas funções sempre vão aparecer, ainda mais na era da digitalização. Por isso, é necessário estar atento as tendências que o mercado traz.

E, como nas revoluções anteriores, algumas funções operacionais serão substituídas por outras, bem como por profissionais mais capacitados. O ciclo de novos empregos tende a se repetir, cada vez mais rápido. A ideia então passar a ser: para o que vou me capacitar agora?

Por Christian Rempel e Davi Aquino  - Logicalis Consulting Services

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