Postado em 26 de Abril de 2018

O sincronismo entre empresa, tecnologia e clientes é mais uma lição que o Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci é capaz de nos proporcionar.

A Gallerie dell’Accademia, um imponente museu construído no século 18, em Veneza, na Itália, já é por si só uma obra de arte que encanta os olhos e que faz a mente retroceder séculos em busca de pequenos lampejos de uma realidade artística que eternizou grandes mestres.

Era novembro de 2010. Eu estava ansioso, pois há mais de sete anos aquela obra não era exposta. Chovia um pouco, mas nem o vento frio (que não era nada para um gaúcho dos Pampas) me faria desistir de enfrentar a fila para ver uma das maiores obras de arte do gênio Leonardo da Vinci. Depois de alguns bons minutos de fila, lá estava eu, no salão da renascença veneziana da Galleria, que desde 1822 abriga um dos ícones da civilização ocidental: o Homem Vitruviano.

o Homem Vitruviano

A união dos interesses de Leonardo pela arte e pela ciência é representada neste famoso desenho em que duas imagens de um homem estão contidas em um círculo e em um quadrado, geometricamente equilibradas. Isso ilustra o que Da Vinci acreditava ser uma conexão divina entre a forma humana e o universo. Muitos artistas da Renascença tentaram traçar o que o arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio concebera séculos antes, mas apenas Leonardo da Vinci realizou plenamente a façanha, em 1490. Baseado no estilo Clássico Grego do século V a.C, o Homem Vitruviano é um trabalho de arte baseado nos princípios da simetria, proporção e ordem. Quando artistas, escritores e arquitetos da renascença italiana do século XV abraçaram o estilo clássico grego, saindo do gótico medieval, voltaram-se para o filósofo Protagoras (490-420 a.C), que cunhou o slogan o homem é a medida de todas as coisas.

Contemplando a obra de Da Vinci não pude deixar de perceber a sua contemporaneidade: as relações entre a tecnologia, a arquitetura e o homem permanecem tão atuais quanto há 500 anos. Da Vinci não fazia ideia de que criara um ícone que ilustra as relações entre elementos distintos, mas complementares, nos quais o homem moderno está inserido e é peça central. O homem no universo da tecnologia. A tecnologia e seu círculo de infinitas possibilidades, transformando a inércia em puro movimento síncrono e uniforme.  Parado ali, em frente àquela gravura histórica, algumas palavras me vieram à mente: inovação, legado e sincronismo. Não parece haver alguma relação entre essas palavras e as que passam todos os dias na mente de um CEO?

Da Vinci mostrou, usando a tecnologia disponível na sua época, que homem, círculo e quadrado podem expressar simetria entre formas desconexas. Perfeita harmonia de cálculos que gerou inovação, uma vez que o redescobrimento das proporções matemáticas do corpo humano é considerado uma das grandes realizações que conduziram ao Renascimento italiano. Em pleno século XXI, o CEO está envolto no universo da tecnologia da informação e comunicação, tendo à sua disposição ferramentas únicas que lhe permitirão pintar com perfeição obras que seus antecessores e concorrentes deixaram incompletas.

O enigmático sorriso da La Gioconda, ou Monalisa, talvez tenha tornado Da Vinci famoso. Mas foi seu legado que combina arte e ciência que o eternizou. Suas novas técnicas, suas engenhocas, seus cálculos, testes e ensaios. As proporções do Homem Vitruviano são citadas até hoje em livros de arquitetura. O legado que eternizará os CEOs inevitavelmente passa pelo maior exemplo de conexão do desconexo: a internet. Ela é cada vez mais o universo sob o qual o CEO evidenciará seu LEGADO, a obra de arte que o eternizará.

O quadrado e o círculo do Homem Vitruviano têm a mesma área e estão em sincronismo com o homem em movimento. O centro aparente da figura parece se mover, mas de fato o umbigo da figura, que é o verdadeiro centro de gravidade, permanece imóvel. Da mesma maneira, o sincronismo entre empresa, tecnologia e clientes, sem perder o centro da gravidade dos propósitos e valores humanos, é mais uma lição que o Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci é capaz de nos proporcionar.

Inovação, legado, sincronismo...

De repente, um flash de máquina fotográfica e eu percebo que já era hora de parar de monopolizar o espaço do museu e deixar outros curiosos contemplarem e se encantarem com o gênio Leonardo. Saio de lá, rumo ao Grande Canal, maravilhado com as possibilidades de uma mente disposta a realizar o inédito e a eternizar suas criações.  

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Muitos artistas da Renascença tentaram traçar o que o arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio concebera séculos antes, mas apenas Leonardo da Vinci realizou plenamente a façanha, em 1490. Baseado no estilo Clássico Grego do século V a.C, o Homem Vitruviano é um trabalho de arte baseado nos princípios da simetria, proporção e ordem. Quando artistas, escritores e arquitetos da renascença italiana do século XV abraçaram o estilo clássico grego, saindo do gótico medieval, voltaram-se para o filósofo Protagoras (490-420 a.C), que cunhou o slogan <em>o homem é a medida de todas as coisas. </em></p> <p>Contemplando a obra de Da Vinci não pude deixar de perceber a sua contemporaneidade: as relações entre a tecnologia, a arquitetura e o homem permanecem tão atuais quanto há 500 anos. Da Vinci não fazia ideia de que criara um ícone que ilustra as relações entre elementos distintos, mas complementares, nos quais o homem moderno está inserido e é peça central. O homem no universo da tecnologia. A tecnologia e seu círculo de infinitas possibilidades, transformando a inércia em puro movimento síncrono e uniforme.&nbsp; Parado ali, em frente àquela gravura histórica, algumas palavras me vieram à mente: inovação, legado e sincronismo. Não parece haver alguma relação entre essas palavras e as que passam todos os dias na mente de um CEO?</p> <p>Da Vinci mostrou, usando a tecnologia disponível na sua época, que homem, círculo e quadrado podem expressar simetria entre formas desconexas. Perfeita harmonia de cálculos que gerou <strong>inovação</strong>, uma vez que o redescobrimento das proporções matemáticas do corpo humano é considerado uma das grandes realizações que conduziram ao Renascimento italiano. Em pleno século XXI, o CEO está envolto no universo da tecnologia da informação e comunicação, tendo à sua disposição ferramentas únicas que lhe permitirão pintar com perfeição obras que seus antecessores e concorrentes deixaram incompletas.</p> <p>O enigmático sorriso da La Gioconda, ou Monalisa, talvez tenha tornado Da Vinci famoso. Mas foi seu legado que combina arte e ciência que o eternizou. Suas novas técnicas, suas engenhocas, seus cálculos, testes e ensaios. As proporções do Homem Vitruviano são citadas até hoje em livros de arquitetura. O legado que eternizará os CEOs inevitavelmente passa pelo maior exemplo de conexão do desconexo: a internet. Ela é cada vez mais o universo sob o qual o CEO evidenciará seu LEGADO, a obra de arte que o eternizará.</p> <p>O quadrado e o círculo do Homem Vitruviano têm a mesma área e estão em sincronismo com o homem em movimento. O centro aparente da figura parece se mover, mas de fato o umbigo da figura, que é o verdadeiro centro de gravidade, permanece imóvel. Da mesma maneira, o sincronismo entre empresa, tecnologia e clientes, sem perder o centro da gravidade dos propósitos e valores humanos, é mais uma lição que o Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci é capaz de nos proporcionar.</p> <p>Inovação, legado, sincronismo...</p> <p>De repente, um flash de máquina fotográfica e eu percebo que já era hora de parar de monopolizar o espaço do museu e deixar outros curiosos contemplarem e se encantarem com o gênio Leonardo. Saio de lá, rumo ao Grande Canal, maravilhado com as possibilidades de uma mente disposta a realizar o inédito e a eternizar suas criações.&nbsp;&nbsp;</p>}, id=post_body, name=post_body, type=rich_text, label=Conteúdo do blog}])