Postado em 28 de Março de 2018

Embora pareça um investimento alto o uso do monitoramento remoto garante um ecossistema de saúde inteligente e benéfico para todos os elos da cadeia.

Quase sempre, quando se fala em wearables, nosso cérebro nos remete ao mundo fitness. Ou seja, ao uso de dispositivos vestíveis para controlar gasto calórico e batimentos cardíacos, entre outros aspectos, durante o exercício físico. No entanto, esses equipamentos podem trazer inúmeros outros benefícios se forem aplicados no setor de saúde, como em campanhas de prevenção de doenças e conscientização ou no monitoramento remoto de pacientes.

Por conta da má alimentação, sedentarismo, estresse e outros males da vida urbana, o número de pacientes com doenças crônicas tem aumentado muito nos últimos anos, o que vem afetando, e muito, as operadoras. Muitas delas, inclusive, lançaram programas de prevenção e conscientização, com o objetivo de reduzir a criticidade dos pacientes que ingressam nos hospitais e, consequentemente, o custo do tratamento.

Nesses programas, os wearables e os aplicativos de celular funcionam como um incentivo, especialmente pelo elemento lúdico e competitivo que conferem à iniciativa. Tanto que, segundo a Tractica, até 2021, haverá mais de 97,6 milhões desses dispositivos, que coletarão dados dos usuários em tempo real e os enviarão a médicos, instituições e outras empresas. Tudo isso autorizado pelo paciente, é claro.

Os benefícios não se restringem apenas à prevenção de doenças. Com uma população cada vez mais idosa, os dispositivos podem monitorar queda, insônia e, até mesmo, o uso correto de medicação, enviando notificações na hora de tomá-la ou avisando aos médicos sobre possíveis alterações nos batimentos cardíacos, na pressão, e em outros aspectos relevantes. Esses dados alimentam o prontuário eletrônico do paciente, mas, além disso, em casos de urgência, a instituição pode enviar um profissional para verificar pessoalmente o que está acontecendo. 

Além disso, o monitoramento remoto de pacientes crônicos é mais uma forma de reduzir os custos e aumentar a receita no setor de saúde. Operadoras e hospitais tornam-se mais eficientes, já que conseguirão diminuir o número de procedimentos repetidos e poderão oferecer um tratamento mais humanizado e focado na prevenção de doenças, ao mesmo tempo em que o paciente terá um acompanhamento em tempo real, mesmo estando em casa, e não precisará voltar ao hospital com frequência.

Para se ter uma ideia dos benefícios, um programa de monitoramento remoto realizado pelo Geisinger Health Plan, nos EUA, reduziu em 23% a incidência de internação hospitalar de pacientes com doenças crônicas e em 44% a chance de internação recorrente. Além disso, para cada dólar gasto na implementação do projeto, a instituição economizou cerca de US$ 3,30. Um ótimo retorno sobre o investimento!

No Brasil, esse movimento ainda é pequeno, mas deve crescer fortemente este ano, principalmente no setor privado, encabeçado pelas operadoras de saúde que buscam aumentar a lucratividade. Já existe também uma movimentação no setor público visando a eficiência e a redução de custos no atendimento primário – feito pela prefeitura por meio de postos de saúde, clínicas de saúde da família e UBS. Atualmente, a prefeitura do Rio de Janeiro está fazendo um estudo de admissão hospitalar por meio de uma mochila com dispositivos que medem sinais vitais.

Mas é importante lembrar que, para obter resultados efetivos, é imprescindível que hospitais e operadoras invistam em infraestrutura de tecnologia e de conectividade. Assim, tornam-se capazes de compartilhar os dados em tempo real, garantir a segurança das informações e para analisar os dados coletados pelos wearables. É necessário também investir na integração desses dados com o prontuário eletrônico do paciente e com os sistemas do governo, do hospital ou do plano de saúde. Só assim, será possível realizar ações de combate ou prevenção a uma determinada doença. 

Embora pareça um investimento alto, os benefícios trazidos pelo monitoramento remoto de pacientes às operadoras, instituições, pessoas e, até mesmo, ao governo, garantem o retorno do que foi investido. Mais do que isto, garante um ecossistema de saúde inteligente e benéfico para todos os elos da cadeia.

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