Postado em 06 de Setembro de 2022

Sua empresa iniciou o processo para desenvolver uma cultura data-driven pela coleta e armazenamento de dados e agora não sabe como transformá-la em diferencial competitivo estratégico? Você não está sozinho nessa jornada. De acordo com pesquisa conduzida nos EUA pela NewVantage Partners em 2021, que ouviu 85 empresas Fortune 1000, somente 24% do total conseguem, de fato, operar em uma realidade baseada em dados.

Antes de detalhar os principais fatores que explicam esses números, vamos entender o que é, afinal, usar os dados como um ativo da organização. Segundo o framework de boas práticas DMBOK (Data Management Body of Knowledge), Estratégia de Dados é um “conjunto de escolhas e decisões que, juntas, traçam um curso de ação de alto nível para atingir objetivos da organização, usando as informações para obter vantagem competitiva”.

Traduzindo em poucas palavras, é quando a organização usa dados para embasar as decisões estratégicas e atingir os objetivos esperados. Porém, até chegar a este nível de excelência, existe uma jornada a ser percorrida e vários desafios que os gestores devem superar. Vamos falar aqui sobre alguns dos mais recorrentes.

O primeiro deles está em entender que a liderança de um processo de transformação para uma empresa data-driven não deve ser somente da área de Tecnologia. Embora seja crítica para a definição e implementação das tecnologias necessárias, a área de Tecnologia deve trabalhar em sinergia com a área de Negócios, que é a detentora da visão estratégica e quem deve definir as métricas que vão nortear a modelagem de dados necessária ao processo.

É muito comum encontrar empresas que iniciam o processo pela ingestão de dados, que são armazenados em repositórios, para só então definir os modelos e métricas que vão alimentar a estratégia. O problema é que há muito desperdício de trabalho, tempo e dinheiro: imagine que sua empresa irá coletar e armazenar milhares de Gigabytes de dados para só então definir o que quer extrair deles.

Em um processo liderado por Negócios, o filtro de decisão é invertido, ou seja, a definição das métricas é feita com base nos objetivos estratégicos da organização. A partir dessa Estratégia de Dados é construída a modelagem de dados e só então parte-se para a coleta e ingestão dos dados que são estritamente necessários para os resultados do negócio anteriormente definidos.

Para entender de forma mais simples essa inversão, faço aqui uma analogia com uma receita: imagine que grande parte das empresas coloca uma infinidade de ingredientes em uma batedeira e querem extrair como resultado um bolo de chocolate, em vez de escolher somente os ingredientes necessários para o resultado esperado.

Dados são o novo “solo” e não o novo “petróleo”

A frase “Dados são o novo petróleo” (“data is the new oil”), dita pelo cientista de dados Clive Humby, já tem uma evolução que é “Dados são o novo solo” (“data is the new soil”). Ela expressa de forma mais adequada o que de fato deve ser o processo de semear uma cultura data-driven em uma organização.

O solo, assim como uma organização, é um ecossistema vivo que está em constante evolução e mudança. É preciso nutri-lo, entender suas necessidades, cuidar da qualidade e integridade das sementes (dados), criar soluções para as pragas que surgem (problemas) ou se adequar às mudanças climáticas (mudanças do mercado), além de capacitar ou contratar pessoas especializadas naquele tipo de solo. Esse conjunto de fatores irá permitir o crescimento das plantas em árvores maduras capazes de gerar frutos (informações para decisões estratégicas).

Governança de Dados é uma jornada, que envolve a definição de políticas, princípios e métricas que irão nortear o gerenciamento de dados. Ela deve ser flexível o suficiente para se adaptar ao dinamismo do mercado. E em paralelo, o Gerenciamento de dados demanda também a formação e a contratação de pessoas para atuar junto ao Chief Data Officer – responsável pela governança dos dados – e ao CIO, responsável pela execução e gerenciamento dos dados (roles que vão depender da maturidade de cada empresa). Acima de tudo, é uma jornada que demanda uma mudança de cultura e de processos de uma organização.

Por se tratar de tema complexo que envolve inúmeros fatores – escolha das tecnologias mais adequadas, desenho dos processos, definição de lideranças, adequação à cultura da organização, criação de novos papeis, planejamento estratégico e contratação de pessoas – ter um parceiro estratégico com visão e experiência das boas práticas de mercado e conhecimento da implementação em diversos tipos de negócios tem sido o mais adequado para acelerar a transição e atingir mais rapidamente todo o potencial que uma empresa data-driven pode alcançar.

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