Postado em 01 de Junho de 2017
A internet das coisas vem promovendo discussões e movimentos que já são possíveis desdobrar lições e ações enriquecedoras.

Semana passada (“IoT – lessons learned (parte 1)”) comecei listando alguns dos desafios e findings que temos encontrado em nossas incursões a respeito do tema de transformação digital, internet das coisas e afins, falando sobre conceitos, acoplamento da tecnologia na estratégia de negócios da empresa, organização interna, o timing para investir e a qualidade do relacionamento com o cliente. Esta semana listo mais alguns tópicos de intensa discussão.

Prototipação e agile

Se a abordagem inicial nesses primeiros passos de transformação digital e internet das coisas é testar, seja porque não queremos projetos sem ter uma expectativa clara de retorno (até porque é difícil ter isso lidando com tantas inovações), seja porque ainda não sabemos as melhores formas de desenvolver o trabalho envolvendo tantas áreas e fornecedores, ou simplesmente porque ainda há muito que se explorar os modelos atuais de negócio antes de mergulhar de cabeça na transformação digital, talvez seja interessante adotar formas de trabalho que considerem a prototipação e maiores níveis de incerteza no contexto – métodos ágeis, sprints, SCRUM, DevOps são algumas palavras chave que vêm surgido quando o assunto é a forma de trabalhar.

As empresas, o ecossistema e a inovação

A questão da dificuldade de justificar os investimentos é uma barreira complexa. É comum e bem razoável solicitar expectativas de ganho com a implantação dos projetos, mas estas expectativas são difíceis de estimar em temas tão novos. Mas um fato que tem auxiliado as empresas é que o próprio caráter inovador do IoT tem feito proliferar um ecossistema tão diversificado de novas empresas que algumas das funcionalidades desejadas pelas grandes corporações são coincidentemente (ou não) endereçadas por startups ou centros de pesquisa e inovação. A prática de mapeamento de mercado tem se fortalecido e se tornado muito importante, sendo um dos principais processos das diversas equipes de inovação que vêm surgindo ou se fortalecendo dentro das empresas.

O parceiro ideal

O modo como as empresas querem se relacionar com os parceiros e fornecedores também indica necessidades de mudança. No IoT Snapshot, quando perguntados sobre de quem querem contratar soluções de IoT, praticamente metade gostaria de ter um fornecedor único, indicando que o tema é complexo e gostariam de ter um parceiro de confiança que pudesse endereçar as demandas de maneira consolidada, mas outra metade acredita que teria que se relacionar com muitas empresas do ecossistema porque não encontrou um parceiro que conseguisse suprir as demandas fim a fim. O mercado fornecedor está se remodelando e muitos players têm tentado ocupar espaços vagos (ou não) na arquitetura de soluções e nos elos das cadeias de valor dos clientes.

Segurança e continuidade das operações

Em algumas das conversas, executivos que já estão desenvolvendo seus primeiros projetos começam a se planejar para um cenário no as soluções inovadoras estão operando – dessa visão surgem alguns desafios adicionais: segurança e continuidade de negócios são só alguns deles. A multiplicidade de tecnologias e a grande quantidade de devices conectados se tornam possíveis brechas de segurança. E conforme as soluções passam a evoluir de um foco em sensoriamento para atuação em processo de missão crítica, questões como “o que eu faço quando meus novos robôs pararem?”, ou “terei que ter redundância de sensores?” começam a aparecer cada vez mais nas discussões (“IoT – desafios atuais potencializados”).

As questões de segurança e continuidade de negócios não são temas novos, nem tampouco característicos ou exclusivos da temática de internet das coisas – já são preocupações bem conhecidas dos gestores de TI, como será mostrado no nosso estudo IT Snapshot 2017. Se já são questões complexas hoje, tendem a se potencializar no futuro.

A análise destes tópicos, além de outros ainda a explorar, deixam clara a interdependência entre IoT e transformação digital. As novas oportunidades de negócio dependem de mudanças drásticas na forma com a qual as empresas vêm atuando: no uso da tecnologia para criar e viabilizar suas estratégias de negócio, na relação com cliente e entre áreas e equipes internas, na forma como lidam com a inovação, na relação com o mercado fornecedor e também como evoluem questões tecnológicas mal resolvidas ainda hoje (e que podem se tornar ainda mais críticas). Os desafios parecem ser muitos e complexos e quem conseguir supera-los vai ser merecedor dos louros nesse novo mercado em formação.

IoT

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