Postado em 16 de Setembro de 2021

Estamos enfrentando no Brasil uma expressiva crise hídrica, com reservatórios operando muito abaixo dos níveis ideais e atingindo em cheio as hidrelétricas, que são a maior matriz energética do país, sendo responsáveis por 75% da geração elétrica.

Ainda que o setor conte cada vez mais com energia limpa e renovável, estratégias para garantir a sustentabilidade energética em solo nacional, por meio de investimento em soluções eficientes, capazes de proporcionar o controle inteligente do consumo de energia, evitando desperdícios, são sempre parte importante do avanço desse processo.

O desafio, portanto, está em maximizar o desempenho de sistemas elétricos e equipamentos e evitar perdas. É aí que entram em cena as tecnologias disruptivas como a internet das coisas (IoT), que proporcionam uma gestão inteligente, que permite automatizar e minimizar desperdício de recursos, além de ajudar na preservação do meio ambiente.

O interessante é que os sensores IoT podem ser potencializados ao se somarem a variadas tecnologias emergentes de Inteligência Artificial (IA), como machine learning (aprendizado de máquina), capazes de emitir alertas antecipados sobre contratos firmados com concessionárias de energia, por exemplo, para renegociação de valores mais aderentes à previsão de consumo estimada.

O objetivo, no final do dia, é reduzir exponencialmente o consumo de energia, já que a IoT traz melhoria operacional, ao automatizar e possibilitar o controle dos principais pontos de consumo de energia, o que garante visibilidade e previsibilidade da fatura e a melhor gestão dos gastos.

Exorcizando o fantasma do legado

A maior parte das infraestruturas das empresas abriga sistemas antigos, sem tecnologias emergentes, essenciais para uma gestão inteligente e eficiente do consumo de energia. Mas esse cenário não impede evoluções. É possível sim transformá-lo e exorcizar o fantasma do legado com recursos IoT, trazendo inteligência ao ambiente. A IoT conecta o novo ao legado. 

Em edifícios, por exemplo, podemos automatizar sistemas de iluminação e ar-condicionado, estancando desperdícios, programando seu desligamento após o expediente de trabalho, garantindo a experiência de uso das pessoas no horário comercial, além de monitorar insumos e gerar insights para traçar ações e trazer maior eficiência energética. 

Quando a IoT atua em toda a cadeia de distribuição de energia, formada por geradores, transmissores e consumidores; agrega visões muito importantes de eficiência e de problemas em tempo real, especialmente ao se aliar à IA.   

Em linha com a sustentabilidade

A IoT, munida de seus sensores e atuadores, também pode medir e reduzir o impacto do processo industrial sobre o meio ambiente. Assim, é possível formar indústrias sustentáveis, por meio do uso desses dispositivos em toda a cadeia produtiva. Desde a extração da matéria-prima até o produto final.

Imagine poder obter informações para criar medidas, visando redução da pegada de carbono, diminuição de processos de aquecimento, emissão de gases tóxicos e de uso de água e consumo de energia? Existem sensores que realizam variados tipos de medição como umidade, luminosidade e pressão, para monitorar em tempo real ambientes críticos.

Unindo forças nessa causa, aliada ao uso de tecnologia, a indústria elétrica conta com o Programa de Certificação de Energia Renovável, iniciativa conjunta da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) e Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). O objetivo é fomentar o mercado de energia gerada a partir de fontes renováveis e com alto desempenho em sustentabilidade.

Uma outra ação inteligente: países que reduzem a emissão de gás carbônico ganham créditos de carbono em unidades de Redução Certificada de Emissão (RCE), que podem ser vendidos no mercado mundial. Para que os países desenvolvidos cumpram esse acordo foi criado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

Portanto, quando um país reduz as emissões ou retira da atmosfera 1 tonelada de dióxido de carbono, ganha 1 crédito de carbono, que é uma unidade emitida pelo Conselho Executivo do MDL, ou seja, o RCE ou Certificados de Emissões Reduzidas (CER) e são vendidos no mercado global.

Não há dúvidas de que as empresas que investem em tecnologias para garantir a sustentabilidade do meio ambiente obtêm mais lucros, valorizam suas ações em bolsa e potencializam suas marcas no mercado. Assim, forma-se uma cadeia virtuosa, em que ganha mercado e sociedade. E o planeta agradece.

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