Postado em 26 de Abril de 2022

O setor de seguros promete dar uma virada de chave no mercado com o Open Insurance, ou Sistema de Seguros Aberto, que é um ecossistema de compartilhamento e circulação de dados por meio de APIs abertas, com consentimento do consumidor. Inspirado no modelo do Open Banking, a expectativa é tornar o segmento altamente competitivo, impulsionando a criação de produtos e serviços inovadores, a taxas mais atraentes para os consumidores. 

A iniciativa é regulada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e deve beneficiar tanto o segurado, como a seguradora, multiplicando as opções de relacionamento entre as prestadoras de serviços e os consumidores. Analistas do setor apostam em uma movimentação que trará inovações por meio do uso inteligente de dados dos clientes, promovendo serviços personalizados e atraindo novos perfis ainda não explorados. 

O Open Insurance permitirá compartilhar informações e dados sobre produtos e serviços de seguros, capitalização e previdência dos consumidores (quando autorizados), entre empresas de seguros, fintechs e credenciadas pela Susep. 

Mas para ingressar nessa evolução, é essencial investir em novas tecnologias e infraestruturas. A Cloud deve ser o habilitador dessa transformação ao garantir inovação, escalabilidade, segurança e maior agilidade, possibilitando a criação de novas plataformas e ampliação do portfólio de produtos e serviços e a venda por meio de Marketplace e canais digitais. 

Tudo isso pode ficar mais ágil por meio de parcerias com fintechs, insurtechs (startups especializadas no setor de seguros) e empresas integradoras e de tecnologia. Essa estratégia contribui para ganhar velocidade na trilha de evolução do mercado de seguros, sem perder o foco no negócio. E não tenho dúvidas de que buscar um parceiro que gerencie e atue em todas as fases dessa jornada de modernização minimiza impactos, acelera processos e traz resultados.  

Nessa maratona para o novo desenho, é interessante construir e se conectar ao ecossistema de negócios para todas as modalidades de seguros, que inclua corretores, fintechs, cooperativas de crédito, locadoras de automóveis, empresas de turismo, de saúde e bem-estar e até operadoras de telecomunicações, que ofereçam serviços financeiros, para facilitar pagamentos e possibilitar financiamentos. Percebe a formação de marketplaces, extremamente atraentes para o consumidor, que levará a sua experiência a outro patamar por meio da conveniência? 

Desafios do Open Insurance 

O Open Insurance tem o mesmo conceito e herdou os mesmos padrões de autenticação e segurança que o Open Banking, como o framework do FAPI/CIBA. Ele enfrenta, portanto, os mesmos desafios na maior parte dos casos, como a construção de um ambiente altamente seguro e escalável para a troca de informações pessoais e sensíveis dos clientes e das empresas e as exigências de compliance da LGPD em relação à privacidade e compartilhamento dos dados. 

Por serem setores diferentes, com características próprias de atuação e de perfis distintos de público-alvo, novos desafios se impõem ao Open Insurance. A área de Seguros terá de superar dois importantes aspectos: a infraestrutura tecnológica desatualizada de grande parte das empresas, que irá dificultar a integração e é essencial nesse novo desenho de mercado; e a adequação do perfil de quem vende seguros.  

Muitas seguradoras já migraram para a nuvem, mas ainda preservam suas aplicações críticas sob controle em seus territórios com arquitetura híbrida. O grande problema é que, por vezes, essas arquiteturas sofrem com soluções legadas e monolíticas, que não escalam de forma adequada, com tempos de resposta insatisfatórios, e que entregam uma experiência ruim aos seus usuários. Desta forma, os clientes precisarão de orientação e apoio especializado para fazer essa atualização de maneira rápida, eficiente, segura e dentro do orçamento estimado.  

Em relação ao perfil de atuação dos vendedores de seguro, o desafio é alinhá-lo ao novo mercado, mais competitivo, em que a simples apresentação de uma lista de preços praticados por variadas seguradoras não será mais suficiente para fechar negócios.  

O gerente do banco, por exemplo, tem um papel consultivo, diferente do corretor de seguros, que geralmente entra em contato com o cliente apenas uma vez ao ano, próximo ao vencimento do contrato para renovação. Nos bancos, tradicionalmente a fidelização é apoiada no bom relacionamento, na excelente experiência proporcionada ao cliente e não necessariamente no menor preço de produtos e serviços. O diferencial estará no valor agregado. 

Então, o discurso terá de ingressar na era da humanização, da personalização e do profundo conhecimento do vendedor sobre o produto que oferece e seus diferenciais em relação à concorrência. É o futuro inquieto, batendo à porta do presente.  

E vem mais por aí. De acordo com o Bacen, os padrões tecnológicos e os procedimentos operacionais que serão adotados no Open Insurance devem garantir a integração, compatibilidade e interoperabilidade com o Open Banking. Essa integração é que irá permitir aos consumidores o acesso ao ecossistema de produtos e serviços. 

É preciso, portanto, se preparar para não perder a oportunidade de ingressar de maneira assertiva nessa evolução do mercado segurador. O Open Insurance, que deu sua largada em dezembro de 2021, tem estimativa de entrar em operação em junho de 2023, com todos os seus serviços, oportunidades, novos entrantes em um ecossistema inovador e desafiante. 

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